A Perda Auditiva
A audição envolve quatro partes do ouvido:
Ouvido Externo
As ondas sonoras entram no ouvido externo e viajam através do canal auditivo até o tímpano, fazendo-o vibrar.
Ouvido Médio
As vibrações viajam até o tímpano, que está conectado a três pequenos ossos no ouvido médio, chamados de ossículos. Os ossículos amplificam naturalmente o som antes de sua entrada no ouvido interno.
Ouvido Interno
Esta parte do ouvido contém uma cóclea cheia de líquido, forrada com milhares de células ciliadas. À medida que o fluido se move em ondas ao longo da cóclea, as células ciliadas se movimentam, disparando impulsos através do nervo auditivo. O número de células ciliadas que se movimentam, bem como sua localização, determinam a frequência e a intensidade do som.
Nervo Auditivo
Esses impulsos viajam através do nervo auditivo até o cérebro, onde são interpretados como sons com algum significado.
O que acontece quando você não ouve bem:
Ouvido Externo
Esta região do ouvido não é afetada pela perda auditiva. As ondas sonoras entram no ouvido externo e viajam através do canal auditivo até o tímpano, fazendo-o vibrar.
Ouvido Médio
Esta região do ouvido não é afetada pela perda auditiva. As vibrações viajam até o tímpano, que está conectado a três pequenos ossos no ouvido médio, chamados de ossículos. Os ossículos amplificam naturalmente o som antes de sua entrada no ouvido interno.
Ouvido Interno
Esta parte do ouvido contém uma cóclea cheia de líquido, forrada com milhares de células ciliadas. Em casos mais comuns de perda auditiva, pode haver células ciliadas danificadas ou ausentes ao longo da cóclea. A frequência e a gravidade da perda auditiva depende do local e do número de células ciliadas ausentes ou danificadas.
Nervo Auditivo
Os impulsos provenientes das células ciliadas intactas restantes viajam através do nervo auditivo até o cérebro. Neste momento, o cérebro pode ter dificuldade em interpretar o som devido à limitação das informações acústicas que puderam ser fornecidas pelas células ciliadas perfeitas.
Como o uso de aparelhos auditivos pode lhe ajudar:
Ouvido Externo
Esta região do ouvido não é afetada pela perda auditiva. As ondas sonoras entram no ouvido externo e viajam para o aparelho auditivo, que amplifica o som para compensar as células ciliadas ausentes da cóclea.
Ouvido Médio
O som que sai do aparelho auditivo viaja até o tímpano, que está ligado a três pequenos ossos, chamados ossículos. Os ossículos amplificam naturalmente o som antes de sua entrada no ouvido interno.
Ouvido Interno
Esta parte do ouvido contém a cóclea que está repleta de fluído, forrada com milhares de células ciliadas, algumas das quais estão danificadas ou ausentes, causando a perda auditiva. Neste estágio, o som já foi amplificado para compensar as células ausentes e/ou danificadas. À medida que o fluido se move em ondas ao longo da cóclea, um número maior de células ciliadas intactas se movimentam, disparando impulsos através do nervo auditivo.
Nervo Auditivo
Os impulsos provenientes do maior número de células ciliadas viajam através do nervo auditivo até o cérebro, e fornecem mais informações sonoras do que estariam disponíveis, na ausência de uso do aparelho auditivo. Estas informações adicionais facilitam para o usuário do aparelho auditivo interpretar sons com significado.
O tipo de perda de audição
A presbiacusia, que é a perda auditiva relacionada ao envelhecimento, se caracteriza por uma perda bilateral da audição para sons de alta frequência, acompanhada, geralmente, por uma dificuldade de reconhecimento da fala, muitas vezes desproporcional à perda auditiva.
Assim, por se restringir inicialmente para apenas alguns sons, os mais agudos (fininhos), conforme a situação, ora o indivíduo ouve, ora não ouve. Ou melhor, ele ouve partes das palavras, mas faltam algumas informações, fazendo com que escute o que a pessoa está falando, mas não consiga discriminar o que foi dito.
Processamento auditivo central prejudicado
Além da perda auditiva, no envelhecimento ocorre uma degeneração em todo o sistema auditivo, trazendo um prejuízo também ao processamento auditivo central dos sons, ou seja, ocorre um declínio nas habilidades auditivas que são responsáveis pela localização do som, discriminação de sons parecidos, velocidade de processamento, atenção seletiva e etc. Esse declínio da capacidade de processar corretamente os sons acaba comprometendo ainda mais a capacidade de compreender a fala, principalmente em ambientes com muito barulho ou quando há várias pessoas falando ao mesmo tempo.
Cognição, linguagem e visão prejudicadas
Uma boa compreensão da fala não depende apenas de uma boa audição. Para conseguir ouvir e entender a fala, principalmente em um ambiente desafiador, como em uma festa, nós utilizamos recursos cognitivos e de linguagem, além da integração da visão com audição (percepção auditivo-visual da fala e leitura orofacial). Como a degeneração decorrente do envelhecimento ocorre em todo o organismo, a comunicação do idoso está prejudicada não somente pela perda de audição, mas também pelo declínio dessas habilidades. Assim, pode acontecer de idoso apresentar dificuldades de compreensão, mesmo com aparelhos auditivos adequados.
Por outro lado, quando estas habilidades estão preservadas, pode acontecer o mascaramento da perda auditiva. Ou seja, mesmo não ouvindo bem, quando o idoso tem um bom desempenho cognitivo ele pode apresentar também um bom desempenho comunicativo. Na verdade, o que acontece é que se o contexto da conversa é familiar, faz parte da rotina daquele idoso, mesmo com uma perda de audição considerável, ele pode ser capaz de acompanhar a conversa ou entender o que foi dito utilizando seu conhecimento no assunto. No entanto, se o contexto da conversa é menos usual, ou o vocabulário utilizado é mais complexo, o idoso pode ter dificuldade de compreender. Assim, os familiares podem ter uma falsa impressão de que o idoso está ouvindo bem, ou de que ele “só ouve quando quer”. Então, apesar de ser algo muito positivo, é preciso tomar cuidado para que esse tipo de compensação cognitiva, não adie a procura pela reabilitação auditiva.
Assumir a deficiência
Isolamento social, depressão
Seja por vergonha de assumir que tem uma deficiência, ou por não querer incomodar os familiares, muitas vezes o idoso com perda auditiva ao invés de procurar ajuda, acaba deixando de fazer as coisas que costuma fazer. Assim, deixa de participar de atividades sociais importantes, como ir na igreja, no cinema e teatro, reuniões com amigos e familiares e etc. Aos poucos, o indivíduo vai se isolando de tudo e de todos gerando um risco imenso para um quadro depressivo. Quando recebemos idosos no consultório nessas condições, a reabilitação fica muito mais complicada, pois falta a motivação do próprio indivíduo, que muitas vezes se sente abandonado e sem vontade de participar efetivamente da sociedade.
A perda auditiva está associada com declínios cognitivos e quadros de demência, como o Alzheimer, justamente por causar esse impacto na vida social e emocional dos indivíduos. Por isso, assim que uma perda auditiva é identificada deve-se buscar um tratamento. Não é preciso chegar em um ponto tão crítico para buscar ajuda, não é mesmo?
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