Exame BERA

Perda Auditiva na Infância

A perda auditiva não identificada na infância, congênita ou adquirida, pode ocasionar deficiências nas habilidades da fala e linguagem ao longo da vida1 que, por sua vez, trazem grande impacto sobre a comunicação, cognição, desempenho escolar, desenvolvimento emocional e bem-estar psicossocial.

Temos aqui 12 indicadores de risco para realizar o BERA (PEATE):

“Joint Committee on Infant Hearing” 2007 da Academia Americana de Pediatria: Indicadores de Risco Associados à Perda Auditiva Congênita, de Início Tardio* ou Progressiva na Infância.

  1. Preocupação do responsável* em relação a atrasos na audição, fala, linguagem ou desenvolvimento
  2. História familiar* de perda auditiva permanente na infância
  3. Permanência em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal por mais de cinco dias, ou qualquer um dos seguintes fatores, independente da duração: oxigenação extracorpórea por membrana*, ventilação assistida, exposição à medicamentos ototóxicos (gentamicina e tobramicina) ou diuréticos de alça (furosemida), ou hiperbilirrubinemia que requer exsanguíneo-transfusão.
  4. Infecções intrauterinas, tais como CMV*, herpes, rubéola, sífilis ou toxoplasmose
  5. Anomalias craniofaciais, incluindo as que envolvem a orelha e conduto auditivo externo, e as anomalias do osso temporal
  6. Achados físicos, tais como mecha de cabelo branco, associados a uma síndrome que curse com perda auditiva neurossensorial ou condutiva permanente
  7. Síndromes associadas com perda auditiva progressiva ou de início tardio*, como neurofibromatose, osteopetrose e síndrome de Usher; outras síndromes frequentemente identificadas incluem Waardenburg, Alport, Pendred e Jervell e Lange-Nielsen
  8. Doenças neurodegenerativas*, como síndrome de Hunter, ou neuropatias sensório-motoras, como ataxia de Friedreich e síndrome de Charcot-Marie-Tooth
  9. Infecções pós-natais com cultura positiva associadas à perda auditiva neurossensorial*, incluindo meningite bacteriana e viral (sobretudo herpes vírus e varicela) confirmada
  10. Traumatismo crânio-encefálico, especialmente fratura da base do crânio/osso temporal* requerendo hospitalização
  11. Quimioterapia*
  12. Otite média recorrente ou persistente por pelo menos três meses Fonte: Joint Committee on Infant Hearing Year 2007 position statement: principles and guidelines for early

O potencial evocado auditivo, também conhecido como BERA, é uma técnica simples, não invasiva, com a função de avaliar a integridade funcional das vias auditivas. Faz parte da avaliação objetiva da audição, analisando desde a orelha interna até o tronco cerebral, sendo considerado um exame complementar da bateria audiológica.

Tem como principais indicações clínicas: avaliar a sensibilidade auditiva em recém-nascidos ou adultos, nos quais não sejam possíveis as investigações auditivas tradicionais, ou em casos onde a avaliação auditiva convencional tenha resultados que necessite de diagnóstico complementar. É importante para a investigação de perdas auditivas desde o nível periférico até o central.